O que acontece quando o homem deseja assumir um papel de liderança na empresa herdada por sua esposa?

“Quer admitamos ou não, a observação mostra que é geralmente melhor para uma família quando o homem assume o primeiro lugar, ou seja, quando a mulher e os filhos seguem o homem, aqui em sentido literal... Obviamente existem exceções justificáveis, mas, como movimento fundamental, deve-se observar e reconhecer tal regra. Aqui, seguir não significa de modo algum obedecê-lo ou entregar a ele o comando, pois, nesse ponto, os pais possuem direitos iguais. Pode-se dizer até mesmo que, em uma família, geralmente é a mulher quem assume a liderança e o homem lhe serve e segue. Após essa introdução, vamos agora ao que interessa. Quando uma mulher funda uma empresa própria ou quando a herda de seus pais, assume nesta o primeiro lugar, mesmo frente a seu marido. Então, ela pode conceder a seu marido uma função na empresa? Talvez uma função com poderes equivalentes ou, até mesmo, de liderança? Não pode. Pois a observação mostra que - nunca me deparei com uma exceção - no fim, o homem arruína a empresa de sua esposa. Podemos especular sobre o que há por trás dessa observação. Para tanto, vejamos mais algumas observações e suposições. A ARROGÂNCIA: Aquele que, em uma empresa, deseja assumir um lugar ou posição mais altos que os que lhe cabem, fracassa. A violação da hierarquia é o principal motivo da ruína em diversas áreas. Toda tragédia começa com uma violação da hierarquia..... Quando um subordinado, por exemplo, um novato deseja ocupar o primeiro lugar e tirar de seu lugar aquele que até então era o primeiro, leva a empresa à ruína, (assim como uma criança fracassa quando tenta tomar para si as responsabilidades de seus pais, tentando salvá-los de algo ou querendo ensiná-los como serem bons pais). A não ser que seja substituído a tempo por alguém que respeite a hierarquia. Agora voltemos ao homem e à mulher. Quando um marido é admitido por sua mulher em sua empresa, por exemplo, em um cargo com poderes equivalentes, logo assume, interna e externamente, o primeiro lugar, uma vez que está acostumado com isso em sua família. No entanto, não tem sucesso. Acima de tudo, permanece sempre em segundo lugar aos olhos dos funcionários. A empresa também não o quer. O único poder que lhe resta é o de arruiná-la. É claro que estou exagerando aqui, mas é isso que podemos observar. Após arruinar a empresa, ele naturalmente assume de volta o primeiro lugar. Pode soar cínico, mas, com relação à hierarquia, trata-se do Último: trata-se de vida e morte, mesmo em uma empresa. O inverso ocorre quando uma mulher entra na empresa de seu marido e assume uma posição com poderes equivalentes. Devido à ordem no interior da família, ela está acostumada e sente-se em sintonia ao ocupar o segundo lugar e, mesmo ocupando esse lugar, possuir poderes iguais aos do marido. Sua colaboração na empresa do marido é vista como benéfica e ela é reconhecida pelos funcionários como detentora de poderes iguais. O texto original foi extraído do livro “Leis Sistêmicas – Bert Hellinger”